Isaura e Ailton

Caros leitores, na última semana postei um conto adaptado por minha pessoa sobre um caso de reencarnação, pelo menos foi tratado deste modo, e me veio na lembrança um caso diferente mas não menos impressionante que ocorreu à muitos anos atrás,  eu me lembro de ter visto a reportagem, procurei e econtrei ela novamente,  fiz um conto baseado na história real de Isaura e Ailton, logo mais abaixo segue o link da reportagem do Fantástico.

Não sou a favor nem contra religião alguma apenas gosto da beleza do mistério.

Não me cabe dizer se isso é um caso de possessão,  encarnação ou loucura, só me resta dizer que é no mínimo surpreendente.

Obrigado e boa leitura! 

" Me chamo Ailton tenho 13 anos estou escrevendo este bilhete porquê tenho vergonha da minha voz, eu estou em um corpo feminino com roupas de menina, meus pais não estão aqui são todos estranhos.

Por favor! Me levem de volta pra casa "

Eu vi Ailton escrevendo este bilhete e vivendo no meu corpo, eu não conseguiria explicar com perfeição o que está acontecendo, mas posso tentar.

Ele veio em uma noite dessas, eu vi a sua sombra no meu quarto mas por algum motivo eu não senti medo.

Me aproximei da sombra e tentei toca-la, mas neste momento ela me abraçou,  senti toda sua tristeza e prometi ajudar.

Senti fortes dores de cabeça,  enjôo e febre muito alta, meus pais me levaram no médico mas não descobriram o que eu tinha, até que eu perdi o controle do meu corpo.

Desde então eu sinto ele, vejo e ouço tudo, mas não tenho controle de nada, como se meu corpo fosse um ventríloquo controlado por Ailton.

"Rezem toda a cidade junta por meu espírito,  no final de duas semanas eu vou-me embora"

Ailton saía brincar em sua cidade, voltou para sua família e foi bem recebido, eu não conhecia ninguém mas vi o quanto ele fez falta aqui,  pois todos aceitaram sua volta com naturalidade, deve ser a saudade.

Ele saia nadar na piscina, pedalar na bicicleta, coisas que eu jamais fiz, e não sei se o farei algum dia, pois eu tenho muito medo.

Pessoas questionavam a ele, onde ele morreu, nome de pessoas, sua lápide.

Tudo isso me deixou aflita, descobri aos poucos que meu primo distante, que agora vivia em meu corpo, teria se afogado num rio e sabia exatamente onde era sua sepultura.

O Repórter perguntou:
- De quem é esta sepultura?

- É minha.

Neste tempo todo eu conheci meu primo distante e fiquei triste por saber que ele iria partir para sempre, mas ao mesmo tempo fiquei feliz de ter vivido um pouco da vida dele através da minha.

Chegou então o dia prometido de sua partida, depois da ultima novena que a cidade toda organizou na frente da minha casa

Ailton se despediu de mim, eu só pude chorar de saudades, pois foi muito rápido e muito surpreendente.

"Obrigado prima e desculpe alguma coisa, eu só precisava dizer a minha mãe que estava tudo bem"

Link da reportagem do Fantástico.: https://youtu.be/MK4rEtCICnk

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