Metrô da Madrugada
Quantas vezes caro leitor, precisou pegar o último ônibus o último metrô para chegar em casa e por algum motivo sentiu medo, seja de assalto ou por estar muito vazio, muito quieto as vezes sem motivo algum, apenas sentiu medo.
O Protagonista deste conto passou por uma experiência assustadora inexplicável, onde sentiu simplesmente medo.
Boa Leitura.
Já passava de uma hora da manhã, apressei-me para não perder o último metrô que seriam as duas horas.
Arrependi-me de ficar até tão tarde converssando com meus amigos, poderiamos ter feito algo mais cedo, mas enfim já era tarde de mais, tarde nos dois sentidos.
Cheguei na estação de metrô, passando pela roleta onde o silêncio ja se instalava, cada passo contra o chão se transformava em ecos por todos os corredores onde eu caminhava, as vezes eu olhava para trás para ver se havia alguém, mas não era só eco mesmo.
Aguardando meu metrô chegar, pude perceber que a minha direita estavam já dois casais aguardando e a minha esquerda um bêbado falando coisas sem sentindo e as vezes gargalhava sozinho.
Ao ouvir o som estridente dos freios pude perceber que minha condução havia chegado, entrei logo no último vagão para fugir do bêbado e me livrar de ter que converssar com ele, para minha surpresa o vagão estava vazio, a esta hora também ja era de se esperar.
As portas se fecharam e seguimos em frente, estranhamente nesta hora senti um calfrio e uma vontade tremenda de sair do vagão, mas fiquei ali, minha saída ficava na sexta parada mesmo, não demoraria tanto assim.
Depois da quarta parada o trem simplesmente parou, no meio do túnel onde não havia como descer na estação, apenas nos trilhos.
Fiquei preocupado, mas a recomendação nestas horas sempre é esperar, esperei por mais ou menos quinze minutos, foi quando olhei para os vagões da frente e vi pessoas também preocupas andando de um lado a outro.
Percebi que as luzes do meu vagão começaram a piscar, olhei para frente nos primeiros vagões e pude ver que a luz se apagou, logo depois ouvi gritos de socorro, e gritos desesperados, histéricos que em seguida simplesmente seçaram, igual quando se fecha uma porta de isolamento acústico.
Aconteceu exatamente o mesmo no vagão seguinte, as luzes se apagaram, ouvi gritos, mas desta vez os gritos não pararam, pois todos que estavam nos outros vagões também estavam gritando.
Em uma atitude de desespero abri a porta de saída de emergência que estava ao meu lado, desci nos trilhos engrachados e umidos, comecei a correr na direção contrária ao trem, para fugir do que seja la o que fosse aquilo.
Por alguns momentos eu conseguia escutar os gritos, depois já não ouvi mais nada, olhei para trás o trem não tinha nem uma luz um brilho, nada.
Continuei correndo, estava muito escuro, só conseguia ver as luzes da quarta parada que havíamos passado a pouco, meu celular eu já nem sabia aonde estava, apenas consegui pensar em correr.
Cheguei na adrenalina, com medo, terror, espanto na quarta parada, e por falta de sorte não havia ninguém, subi com dificuldade na parada e corri para achar a saída.
Passando pelos corredores ouvindo meus passos fazendo eco novamente, fui mais lenamente para recuperar o fôlego, foi quando olhei para trás, e parei por cinco segundos, o silêncio era insurdecedor, não ouvia ninguém, nada, apenas minha respiração, até mesmo meu coração e mais nada.
Olhando para trás notei que as luzes dos corredores por onde passei começaram a apagar, uma-a-uma, não entendi o que estava acontecendo, e na verdade nem queria, só consegui correr novamente.
Corri com a escuridão me seguindo, pulei a roleta, não havia ninguém nem mesmo um funcionário, subi as escadas como um louco, continuei correndo até encontrar um táxi.
Escapei, mas nunca ouvi uma notícia do que se passou no metrô, mas vi várias notícias separadas, de pessoas desaparecidas nesta noite.


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